Corinthians enfrenta início de gestão com caixa zerado e dívidas urgentes

Escrito em 28/05/2025
Redação Corinthians - Jogo de Hoje

Presidente interino Osmar Stabile revela dificuldades financeiras e corre para levantar recursos que garantam pagamentos prioritários, estimados em R$ 30 milhões



Osmar Stabile, presidente interino do Corinthians, ao lado do vice Armando Mendonça — Foto: Jose Edgard de Matos

A nova administração do Corinthians, liderada interinamente por Osmar Stabile, se depara com um cenário financeiro crítico logo nos primeiros dias de transição. Antes mesmo de apresentar oficialmente os novos integrantes da diretoria, o clube já lida com a necessidade urgente de honrar compromissos que somam cerca de R$ 30 milhões, conforme apurou o ge.

Nas primeiras 24 horas à frente da presidência, Stabile identificou pendências graves envolvendo parcelas do Profut, valores rescisórios do técnico Ramón Díaz e dívidas com outros clubes relacionadas a transferências de atletas. Segundo o dirigente, a situação é de caixa vazio:

– Terra arrasada é porque temos que pagar alguma coisa e não tem dinheiro. Onde está o dinheiro? Não tem. Temos que correr atrás para conseguir – afirmou o presidente interino.

– Foram informadas questões que nosso caixa estava em ordem, com dinheiro, tudo sob controle, e isso não é verdade. Nossa situação financeira é delicada, temos compromissos enormes para serem cumpridos – complementou Stabile, apontando para uma discrepância entre o cenário informado anteriormente e a realidade encontrada.

Um dos focos imediatos é regularizar a situação com o Profut, programa criado em 2015 para facilitar o parcelamento de dívidas com o Governo Federal e condicionar a participação em competições à quitação de tributos. O Corinthians já acumula quase três meses de inadimplência nesse acordo, o que pode gerar sanções e bloqueios.

A transição de comando aconteceu após o afastamento temporário do presidente Augusto Melo, por decisão do Conselho Deliberativo. Segundo informações da gestão anterior, Melo deixou em caixa apenas R$ 5 milhões. A permanência ou não do dirigente no cargo dependerá de uma votação dos sócios, que ainda não tem data definida.

Além das pendências com o Profut e a multa contratual de Ramón Díaz e sua comissão, a folha salarial dos jogadores também pesa no curto prazo: atualmente, o custo mensal do futebol profissional gira em torno de R$ 22,5 milhões.

Na tentativa de amenizar o cenário, a nova gestão atua para captar receitas emergenciais. Um dos nomes que volta à cena nesse processo é Rozallah Santoro, ex-diretor financeiro da própria gestão de Augusto Melo e hoje opositor. Embora impedido estatutariamente de reassumir um cargo de diretoria, por ter deixado o cargo há menos de um ano, Santoro foi convidado a colaborar informalmente durante a transição.

Fonte: Jogo de Hoje 360



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