Meia argentino diz que ambiente interno do elenco é positivo, mas turbulência nos bastidores compromete o foco da equipe
Rodrigo Garro em Corinthians x Vitória — Foto: Marcos Ribolli
Após o empate sem gols contra o Vitória, Rodrigo Garro falou com sinceridade sobre os impactos da instabilidade institucional no Corinthians. O jogador afirmou que a crise política que envolve a direção do clube tem afetado o ambiente de trabalho dos atletas, ainda que o elenco mantenha união e comprometimento.
Nos últimos dias, o clube viveu uma nova reviravolta: com o afastamento do presidente Augusto Melo, o vice Osmar Stabile assumiu interinamente o comando. No entanto, Augusto tentou retomar o cargo no sábado passado, o que gerou um clima de incerteza e tensão no Parque São Jorge.
— Sem dúvida, a gente escuta, vive o dia a dia do Corinthians. Vou falar por Rodrigo Garro, ok? A guerra política do Corinthians, infelizmente, atrapalha, atrapalha o nosso trabalho. Mas dentro do CT a gente tem um clima muito bom, o grupo está fechado. Não é que a gente perde ou deixa de ganhar com a guerra política. Não tem a ver com isso — afirmou o camisa 8.
Ao ser questionado sobre o impacto prático desses conflitos fora de campo, Garro foi direto:
— Atrapalha, não é bom a gente não escutar e saber o que acontece. Eu também não quero saber o que acontece, estou aqui para jogar futebol, para que o Corinthians seja melhor do que ontem. Para isso, a gente tem que acordar todos os dias e trabalhar mais ainda.
Apesar do cenário conturbado e da eliminação precoce na Sul-Americana, o argentino demonstrou otimismo em relação ao restante da temporada e acredita que o time ainda pode brigar por conquistas expressivas.
— Pessoalmente, acho que se a gente colocar a cabeça em ganhar, dá para ganhar o Brasileirão e a Copa do Brasil. Mas a gente precisa reagir e pensar grande — ressaltou.
Recuperado de uma lesão no joelho direito que o afastou por dois meses, Garro voltou a ganhar ritmo na última semana. Contra o Vitória, entrou no intervalo e explicou o motivo de ainda não atuar os 90 minutos completos:
— Eu não estava em condição de jogar 90 minutos, por isso hoje entrei no segundo tempo — disse.
Sobre as cobranças que vieram das arquibancadas após o empate, Garro também fez questão de comentar:
— Com certeza escutar a torcida xingando ou falando do incômodo que eles têm pelo que aconteceu no jogo incomoda, eu não gosto dessa situação. Mas a gente tem que resolver isso. Hoje tínhamos que ganhar, somar três pontos, mas infelizmente não aconteceu. Jogamos como o Corinthians, é isso o que podemos falar para a torcida.
O próximo desafio do Timão será diante do Grêmio, no dia 12, fora de casa, após a pausa para a Data Fifa. Será um período importante para ajustes técnicos e, quem sabe, também institucionais.
Fonte: Jogo de Hoje 360